domingo, 21 de março de 2010

O Romance de Pedro e Inês

No Século XIII e Século XIV, os casamentos dos nobres eram combinados entre as famílias mais importantes da Europa.

Quando D. Pedro (filho de Afonso IV) atingiu a idade de casar, seu pai mandou pedir a mão de Branca de Castela mas esta foi repudiada por ter debilidades físicas e mentais. Mais tarde outro casamento foi arranjado para D. Pedro I: D. Constança, uma jovem nobre que pertencia à família real castelhana.

A paixão entre Pedro e Inês, que tinha chegado com D. Constança como sua aia, era tão forte que não conseguiram esconder o amor que sentiam um pelo outro, sendo a causa de comentários por parte da Corte Portuguesa.


D. Constança, ao aperceber-se deste romance, decidiu tratar do assunto de uma forma discreta, convidando D. Inês para madrinha do seu primeiro filho. Dessa forma ela impediria que eles se pudessem encontrar, pois ambos padrinhos eram considerados como irmãos dos pais e se continuassem o romance isso seria um crime punido por lei.

Uma semana depois do baptismo, a tragédia abateu-se sobre a casa real, o menino, de nome Luís, faleceu. A corte pôs-se contra Inês, culpando-a da morte do príncipe, acusando-a de não o ter apadrinhado com fé junto da pia baptismal.

Mais tarde D. Pedro ficaria viúvo de D. Constança e é nessa altura que se junta à sua amada. Já com três filhos, decidiram mudar-se para Coimbra, local que hoje é conhecido por Quinta das Lágrimas.

Perante esta situação, "o murmurar do povo" convenceu o rei a matar D. Inês. Um dia, sabendo que o príncipe não iria estar, o rei e três homens da Corte foram procurá-la.

Tinham combinado matá-la assim que a encontrassem. D. Inês estava à beira de uma fonte e, quando os avistou, soube logo a razão da visita.

Ela suplicou ao rei que lhe poupasse a vida, mandando-a para o exílio, pois afinal era a mãe dos seus netos ainda muito pequenos. O rei hesitou e foi-se embora, deixando aos seus homens a decisão final. Estes, sem qualquer tipo de remorso, degolaram-na deixando D. Inês morta junto à fonte onde a tinham encontrado.


Segundo a tradição, o sangue, que escorrera sobre as pedras, nunca mais ninguém conseguiu apagar, como se fosse uma lembrança eterna do crime ali cometido, e ainda lá se encontra em forma de algas vermelhas.

Assim que D. Pedro subiu ao trono, mandou capturar e condenou à morte os assassinos de D. Inês.

Diz a lenda que ele obrigou o carrasco dos assassinos a retirar-lhes o coração de cada um deles e que mais tarde, mandou retirar D. Inês do túmulo, colocá-la no trono e ordenou que toda a Corte lhe beijasse a mão.


Esta seria a parte mais fantasiosa da história, mas de facto D.Pedro mandou construir dois belos túmulos e colocá-los no Mosteiro de Alcobaça, para que os dois pudessem estar juntos para toda a eternidade.

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